terça-feira, 7 de abril de 2015

Comunidades Tremembé da Terra Indígena Córrego João Pereira enviam projetos para o PPP-ECOS

As associações indígenas das comunidades de Telhas e do São José enviaram propostas para o edital do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais - PPP-ECOS, executado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN.
"O PPP-ECOS concede pequenas doações a organizações sem fins lucrativos que tem caráter não governamental e de base comunitária para atividades que aferem benefícios ambientais e que resultem na melhoria da qualidade de vida das comunidades locais por meio do uso sustentável da biodiversidade, agricultura sustentável, manejo da água, recuperação de áreas degradadas, entre outras ações".


Rememorando: a construção dos projetos

As discussões em torno da construção de projetos para o PPP-ECOS se iniciaram em 2013, na chamada anterior, quando realizamos uma primeira oficina participativa de construção de projetos na comunidade de Telhas. Por questões de tempo e prioridade não foi possível enviarmos a proposta naquele ano. Na época, os Tremembé já apontavam suas demandas e quais áreas deveriam ou poderiam ser privilegiadas. Por se tratar uma atividade inserida em um conjunto de ações que vem sendo desenvolvidas desde 2009, as ideias sempre estiveram conectadas com o princípios da sustentabilidade ambiental, da governança e do protagonismo indígena.
Primeira oficina de construção do projeto para o PPP-ECOS (2013)
 
Chuva de ideias para o projeto (2013)

No entanto, desde aquela oportunidade foram construídos espaços de diálogo e discussão de ideias e propostas que culminaram na elaboração dos projetos apresentados pela Associação Indígena Tremembé da Aldeia São José – ASSINTRA, representando a gleba 01 da TI. Córrego João Pereira, e pelo Conselho dos Índios Tremembé do Córrego das Telhas - CITCT, representando a gleba 2. 
É importante destacar que a partir de 2013 passamos a contar com a colaboração da consultora do Projeto GATI Isabel Modercin, responsável pelo acompanhamento das terras indígenas da Área de Referência Nordeste I.

Oficina de agroecologia e gestão ambiental
Em 2014 o Projeto GATI e a FUNAI viabilizaram um curso de agroecologia e gestão ambiental na TI. Córrego João Pereira com carga horária total de 120 horas. O objetivo do curso foi de capacitar indígenas em agroecologia para implementação de projetos de base agroecológica na TI. Córrego João Pereira. Alternando momentos de atividades teóricas e de campo, o curso foi mais uma oportunidade para discussão de propostas que poderiam ser implementadas a partir de futuros projetos.


Os projetos
A partir do lançamento do edital PPP-ECOS, as duas comunidades se reuniram ao longo do último mês de março para as oficinas definitivas para a construção dos projetos enviados ao PPP-ECOS. Como as duas associações indígenas do Córrego João Pereira possuem trajetórias distintas no que se referem às experiências em projetos, como também infraestruturas diferenciadas, o projeto de cada comunidade procurou expressar as prioridades da instituição proponente no contexto atual.
Encontro com a comunidade de Telhas (21/03/2015)
Encontro com a comunidade de São José (27/03/2015)
Presença da consultora do Projeto GATI (ao centro) Isabel Modercin (27/03/2015)

A associação indígena da aldeia São José espera consolidar com este projeto o início de um processo de transição agroecológica no território através da recuperação de áreas degradadas com a implantação de sistemas agroflorestais. A agroecologia tem se apresentado para os Tremembé da comunidade local como uma ferramenta de grande potencial para enfrentar as principais problemáticas vivenciadas atualmente: a degradação dos solos, que ocasiona a diminuição da produtividade agrícola; o assoreamento dos corpos hídricos e a diminuição da biodiversidade da fauna em consequência de que a cobertura vegetal também está cada vez menos densa.
Já o Conselho Indígena de Telhas pretende ampliar uma experiência em curso relacionada à produção de alimentos para atender a demanda dos programas governamentais (PAA e PNAE) e de mercados locais, com o objetivo de viabilizar a comercialização de bebidas, doces e polpas a partir do beneficiamento do caju, com ênfase para a cajuína.
Veja abaixo a equipe técnica que assessorou as duas instituições proponentes e colaborou na elaboração dos projetos:

CITCT (Telhas)
Ronaldo Santiago - Antropólogo
Thiago Oliveira Gomes - Zootecnista e Agroecologista
Isabel Elisete - Coordenadora Geral do CITCT
Rosiane Nascimento - Professora e secretária do CITCT
André Sales Matias - Liderança indígena e Ex-Coordenador do CITCT

ASSINTRA (São José)

Tiago Silva - Zootecnista, Agroecologista e Pedagogo
Isabel Modercin - Antropóloga e Consultora do Projeto GATI (Área de Ref. Nordeste I)
Francisco José Oliveira - Liderança indígena e Ex-Presidente da ASSINTRA
Francisco Rodrigues - Atual presidente da ASSINTRA 

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