quarta-feira, 6 de abril de 2011

Visita de Intercâmbio à Comunidade de Queimadas

Nos dias 19, 26 de março e 01 de abril, produtores (as) do Setor 01 e 02 do Perímetro Irrigado de Forquilha, do Assentamento Pajé Rajada II em Sobral e do Assentamento Ingá/Vertente em Santana do Acaraú visitaram as experiências agroecológica dos povos indígenas em Queimadas. As visitas de intercâmbio fazem parte das metas do Projeto Rio Acaraú, Floresta, Educação e Desenvolvimento Sustentável, realizado pelo Instituto Carnaúba para o bioma Caatinga que tem apoio do Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA, Ministério do Meio Ambiente - MMA e Plano Nacional de Florestas - PNF. Os produtores estavam participando de um curso promovido pelo mesmo projeto com carga horária de 60 h/a divido em momentos teóricos e práticos com objetivo de implantar sistemas agroflorestais no bioma caatinga.



Os índios receberam os (as) agricultores (as), fizeram uma apresentação sobre sua situação, dificuldades enfrentadas durante a tentativa de desocupação de suas terras por parte do DNOCS, o reconhecimento deles por parte do órgão federal responsável pelas questões indígenas, FUNAI, sua cultura e tradições, como a dança do “Torém”, os processos de Cura, através da fitoterapia (plantas) e de rituais sagrados (evocação dos espíritos da mata e do mar).




Os sistemas que estão em fase de implantação foram visitados por etapas. Os indígenas traçaram um roteiro de visita seguindo uma lógica: viveiro de mudas da comunidade, sistemas de produção e a unidade de beneficiamento. Abaixo imagens do viveiro de mudas.




O viveiro com capacidade para 10 mil mudas tem importância do ponto de vista social, ambiental e econômico, sendo o social a distribuição de mudas para comunidade, o ambiental o plantio de mudas em áreas degradadas, e o econômico a venda de mudas e a implantação de Sistemas Agroflorestais.



Os sistemas com produção de curto, médio e longo prazo, com a finalidade de se ter produção durante todo o ano de alimento em quantidade e qualidade suficiente para atender a demanda familiar e gerar excedentes, através da produção de hortaliças, pequenos animais, frutíferas, plantas medicinais e essências florestais.


Dentre a criação de animais destaca-se os suínos e as abelhas nativas ou sem ferrão (meliponídeos). Acima foto da criação artesanal de abelhas mosquito (jatí) em cabaças.


Abaixo a criação de suínos, com sendo parte integrante do sistema de produção, com a função de oferecer proteína animal para as famílias, produzir esterco, além de serem considerados "biodigestores vivos", aproveitando toda sobra de alimento das famílias e dos sistemas de produção, convertendo em carne.



Após a produção de alimento tem a parte de beneficiamento da produção através de uma cozinha comunitária que é utilizada principalmente pelas mulheres indígenas para produzir bolos, tapiocas e doces.



Acima a imagem de uma raspadeira de mandioca artesanal, movida a energia humana.

Terminada a visita foi feito um ritual simbólico de entrega de mudas com todos os produtores e uma avaliação do dia de atividades que de acordo com as falas foi de grande aprendizado.




Abaixo imagem do Evaldo entregando uma muda para o Betinho, agricultor de Forquilha.



Com isso as comunidades vão se tornando autônomas por se apropriam cada vez mais dos processos produtivos agroecológicos.

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